Teresinha Machado da Silva – Presidente
No último dia 03 de fevereiro, representantes da UPPES se reuniram com o secretário de estado de Educação, Comte Bittencourt, a fim de apresentarem uma pauta de reivindicações visando à melhoria da educação pública do estado do Rio de Janeiro.
A valorização salarial do magistério foi o principal ponto levantado, tendo em vista que a categoria do magistério fluminense está, há sete anos, sem o devido reajuste salarial. Embora não discordemos, causa-nos tamanha indignação sabermos que o mesmo governador que alega a impossibilidade de realizar a recomposição dos salários do funcionalismo estadual devido ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), paga salários 11% maiores para os integrantes do primeiro e do segundo escalões do Executivo.
Tudo sofre aumento: alimentação, luz, água, transporte, plano de saúde, remédios, etc. Como é que os governantes pensam que os professores e os demais profissionais da educação podem sobreviver com esses baixíssimos salários que recebem?
O estado deveria ser o primeiro a dar o exemplo de cumprimento de leis, pois a categoria não está conseguindo acompanhar o alto custo de vida gerado pela inflação e grande elevação dos demais índices.
Com todas as modificações realizadas na política, não estamos identificando o que é essencial para o desenvolvimento do país. Ao contrário disso, temos assistido ao grande descaso com a educação pública nos mais diversos aspectos e, sobretudo, com os docentes que dedicam anos de suas vidas em prol da educação e que, em 2020, tiveram que se reinventar, aprendendo novos recursos, desenvolvendo novas metodologias e superando diversos desafios, sempre pensando no aluno.
O ano de 2020 ficou marcado por desafios trazidos pela pandemia do Covid-19 e evidenciou as abissais desigualdades de condições de ensino e aprendizado das nossas crianças, adolescentes e jovens, expondo as diversas deficiências da escola pública. Os mais de 10 meses de afastamento das salas de aula revelaram a fundamental importância dada à escola na aprendizagem, na socialização, na integração, no desenvolvimento de habilidades socioemocionais e na educação dos estudantes.
Durante a reunião com o secretário de Educação, foi apresentado o planejamento do ano letivo de 2021, com a possibilidade de atividades presenciais. A nosso ver, para tal retorno, é necessário garantir a segurança de todos, sobretudo, diante dessa grave crise sanitária. Embora a educação seja considerada atividade essencial, só concordamos com a reabertura das escolas e com o retorno das aulas presenciais, desde que os professores e os demais profissionais que atuam nas escolas sejam incluídos no grupo prioritário de vacinação contra o Covid-19.
Mais um ano se inicia e nós, da UPPE-Sindicato, continuaremos lutando para reverter esse sistema injusto que relega os profissionais da educação a alarmantes situações de desrespeito.