Teresinha Machado da Silva – Presidente da UPPE-Sindicato
Ao nos aproximarmos da Páscoa, data em que comemoramos a ressurreição de Cristo, não podemos deixar de refletir sobre o que é o amor, que foi o principal mandamento de Jesus: “Que amássemos uns aos outros, assim como o Pai nos amou”.
Amar ao nosso próximo como a nós mesmos significa reconhecer em outros a mesma dignidade que há em sua própria vida, significa oferecer ao outro o mesmo cuidado e consideração que você dedica a si mesmo. É difícil convivermos em sociedade sem conseguirmos nos colocar, minimamente, no lugar do outro.
O ano de 2020 mostrou bastante a necessidade de exercitarmos a empatia, quando todos foram vistos “obrigados” a usar máscaras pensando no outro.
Mas o que é empatia afinal? É a condição pela qual cada um consegue reconhecer suas próprias emoções, bem como as alheias, o que compatibiliza as relações interpessoais. A empatia pressupõe a capacidade de perceber sem julgar, a capacidade de reagir em sintonia com a emoção do outro e a capacidade de se preocupar mais com o bem-estar do outro.
Sabe-se que a pandemia gerou uma aceleração da transformação digital dos negócios e da vida, mas também nos ensinou a valorizarmos as coisas muito simples que tecnologia nenhuma substitui, como um abraço e um aperto de mão, que nunca fizeram tanta falta. Aprendemos a estender a mão aos que necessitam. Aprendemos que todos precisam de amor, carinho e atenção.
Em um mundo repleto de tecnologia, é normal que as coisas estejam mudando o tempo todo. Mudamos a forma em que consumimos, produzimos, aprendemos e, principalmente, como nos relacionamos.
Infelizmente, temos assistido, diariamente, a uma falta de consciência, de responsabilidade e de respeito à vida muito grande por parte da população que continua se aglomerando em praias, festas e bares sem cumprir as orientações sanitárias de isolamento social e uso de máscaras, corroborando para o aumento do contágio da doença, enquanto muitas pessoas estão morrendo aguardando uma vaga na UTI.
Os cidadãos precisam entender que se proteger também significa proteger os demais, que atitudes irresponsáveis expõem não apenas o agente ao risco, mas todos aqueles que estão a sua volta. É preciso lembrar que o coronavírus já enlutou mais de 300 mil famílias brasileiras e continua sobrecarregando imensamente os hospitais públicos e privados.
Isto posto, a situação atual evidencia a importância de políticas públicas consolidadas que busquem a estruturação do Estado com o oferecimento de serviços essenciais, tais como saúde e educação, pois um povo educado procura cumprir as regras.
É preciso que nos unamos numa ação conjunta para restabelecer a dignidade, o respeito ao próximo e o amor que devemos ter uns pelos outros. Que esses sentimentos aflorem nesse período de Páscoa para que tudo isso passe e que o mundo mude para melhor.